O que vai mudar?
Atualmente, os bancos precisam direcionar 65% dos recursos captados na poupança para o crédito imobiliário.
Outros 20% ficam retidos no Banco Central (BC), na forma de depósitos compulsórios. Portanto, apenas os 15% restantes podem ser utilizados em outras operações, que oferecem maior rentabilidade.
Com a saída crescente de recursos da poupança e o aumento das taxas de juros, o mercado avalia que o crédito imobiliário tem encontrado dificuldades e, por isso, deve ser estimulado.
Diante disso, a proposta do governo é reduzir a proporção de recursos da poupança que são transformados em depósitos compulsórios no BC, com a condição de que os bancos utilizem esses recursos para o financiamento habitacional.
O plano é diminuir os depósitos compulsórios de forma gradual. Assim, cerca de R$ 20 bilhões a R$ 35 bilhões devem ser liberados inicialmente, mas o volume adicional de recursos no setor imobiliário pode chegar a R$ 150 bilhões no médio prazo.
Segundo o ministro das Cidades, o plano foi discutido com o Banco Central, o Ministério da Fazenda e a Caixa Econômica Federal nos últimos meses.
“O que buscamos com essas alterações, que serão anunciadas pelo presidente Lula, é proporcionar mais financiamento e recursos para que as famílias que desejam realizar o sonho da casa própria, não apenas as de classes mais baixas, encontrem opções e financiamento condizentes com sua realidade”, afirmou Jader Barbalho Filho.
O programa será detalhado nesta sexta-feira (10) em São Paulo, em um evento que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
MCMV
O Minha Casa, Minha Vida atende famílias que recebem até R$ 12 mil por mês. Esse valor era de até R$ 8,6 mil até abril deste ano, quando foi criada a faixa 4 do programa. O governo promete continuar fazendo ajustes nessa política, visando a contratação de três milhões de casas até o final de 2026.
Além disso, o Executivo publicou um programa para financiar reformas e ampliações de moradias. O objetivo é conceder empréstimos de R$ 5 mil a R$ 30 mil para famílias urbanas que ganham até R$ 9,6 mil por mês, permitindo que realizem melhorias em suas casas.
Na avaliação da XP Investimentos, esse conjunto de medidas reforça um “cenário de crescimento contínuo em 2026” para as construtoras voltadas aos segmentos de renda baixa e média/alta.
O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, acredita que as medidas podem contribuir para acelerar o ritmo da atividade econômica brasileira no final de 2025.