As taxas no Tesouro Direto voltaram a subir nesta quarta-feira (8), com destaque para os títulos públicos que exigem um prazo maior de investimento, resultando em perdas de cerca de -1% em um único dia.
Na avaliação de Rafael Passos, analista da gestora Ajax Asset, o patrimônio de quem aplica na renda fixa do governo brasileiro oscila em função da votação da Medida Provisória (MP) 1.303/2025 no Congresso Nacional, cujo prazo crítico se encerra hoje, além de uma pesquisa recente da Quaest que aponta melhora na aprovação do governo Lula.
“Ou seja, o texto da MP da taxação deve ser aprovado, mas com desidratações. Por ora, o governo Lula se articula para as votações em plenário, com possibilidade de novas modificações no texto”, comenta o especialista.
Se não bastasse a perda de arrecadação de R$ 3 bilhões prevista para 2026 aos cofres públicos, segundo pesquisa realizada pela Quaest, entre 2 e 5 de outubro, a aprovação do presidente Lula subiu 2 pontos percentuais em relação ao levantamento do mês anterior, atingindo 48%, o que também aumenta as chances da tarifa zero para o transporte público se tornar realidade, pressionando ainda mais a situação fiscal do Brasil.
Todos esses aspectos ajudam a entender o porquê da remuneração do Tesouro IPCA+ 2050 ter disparado de IPCA+ 7,01% ao ano no último dia 7 de outubro para os atuais IPCA+ 7,06% ao ano. No entanto, o seu preço unitário recuou de R$ 854,76 para R$ 845,32, resultando em um prejuízo de marcação a mercado de -1,10%.